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“O senhor Secretário de Estado da Cultura disse logo que não tinha dinheiro nem para mandar cantar um cego”

O presidente da Câmara de Oliveira do Hospital anunciou hoje, na reunião pública do executivo camarário, que a solução para o Centro de Interpretação das Ruínas Romanas da Bobadela terá necessariamente que ser encontrada no seio da autarquia.

“O senhor secretário de Estado da Cultura disse logo que não tinha dinheiro nem para mandar cantar um cego”, referiu José Carlos Alexandrino, quando dava conta de uma reunião que ontem efetuou, em Lisboa, com aquele membro do governo, para discutir a indefinição que paira sobre um edifício que poderá ser uma peça chave na interpretação e divulgação do património que os romanos deixaram na Bobadela.

Vazio desde que foi construído, no início de 2008, o designado centro de interpretação, que representou um investimento, suportado pelo Instituto de Gestão do Património Arquitetónico e Arqueológico (IGESPAR), superior a 200 mil euros, tem algumas deficiências de construção, apresenta vários sinais de degradação – como infiltrações e soalhos levantados, por exemplo (ver imagens) – e continua sem cumprir a função para a qual foi criado.

José Carlos Alexandrino explicou, hoje, que musealizar aquele espaço e colocá-lo em funcionamento representa um investimento na ordem dos 60 mil euros, e disse estar em conversações para que o projeto possa vir a ser comparticipado com dinheiros comunitários, através de uma linha de financiamento do QREN.

Vereador da oposição defende “regresso das peças expostas no museu Machado de Castro”

Intervindo sobre um processo que remonta ao seu executivo, o vereador do PSD, Mário Alves, considerou entretanto que “o maior problema” daquele centro “está no regresso das peças que estão no museu Machado de Castro”, em Coimbra, ao local de onde em tempos foram retiradas, como resultado das várias escavações arqueológicas de que a antiga cidade romana já foi alvo.

 

Aproveitando a “deixa”, o vereador independente, José Carlos Mendes, sublinhou que o próprio Museu Regional de Arqueologia de Arganil contém exemplares de peças arqueológicas que outrora pertenceram à Bobadela, que é considerada como um dos cinco lugares notáveis do período romano em Portugal.

Entretanto, as férias arqueológicas que este ano se realizaram na Bobadela, também trouxeram à superfície um diversificado conjunto de achados arqueológicos que, segundo o arqueólogo Rui Silva, poderão vir a integrar o centro de interpretação das ruínas romanas.

Contactada por este diário digital, a vereadora com o pelouro da cultura da CMOH, revelou que o executivo camarário está apostado em colocar aquele centro em funcionamento o mais rápido possível, e disse estar à espera que o diretor regional da Cultura, António Pedro Pitta, que tem a tutela do IGESPAR, se desloque a Oliveira do Hospital na próxima semana.

Graça Silva adiantou ainda a este diário digital que a câmara municipal está neste momento “em conversações” com o coordenador da equipa do projeto do Mosteiro de Santa Clara- a-Velha, Artur Corte Real, com vista a que se possa “estabelecer uma rede de ligação entre aquele mosteiro e a Bobadela”.

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