A vereadora do Partido Socialista Mafalda Rodrigues Lopes está a levantar problemas ao executivo socialista da autarquia. A autarca que optou pela abstenção, na votação do documento de execução orçamental, obrigando o presidente da Câmara, Borges da Silva, a recorrer ao voto de qualidade, é uma mulher de poucas palavras. A sua foto nem aparece na lista dos vereadores no site da autarquia. E é um aparente problema para Borges da Silva que agora tem de defrontar três vereadores na oposição. E Mafalda Rodrigues assiste… em silêncio.
A abstenção da vereadora, professora de Biologia e Ciências da Terra na Escola Secundária de Nelas foi um forte sinal que nem tudo está bem e causou alguma surpresa, uma vez que foi a própria que decidiu integrar por vontade própria a lista do PS nas últimas Eleições Autárquicas de 1 de Outubro de 2017, mas parece deixar transparecer, ao que o CBS apurou, que a sua relação com o líder da autarquia já conheceu melhores dias, existindo mesmo a ideia que antes da eleições no próximo ano se deverá passar “do confronto para ruptura” pura e dura.
A autarca tem-se recusado a explicar as suas atitudes, escudando-se no facto de se tratar de assuntos internos. Não explica qual a situação no executivo. Fala pouco. Mesmo nas reuniões. Mas o sinal de insatisfação e conflito latente com o executivo presidido por Borges da Silva terá começado no momento em que nas últimas eleições internas para a Comissão Política Concelhia do PS, a vereadora decidiu fazer parte da lista liderada pelo novo e actual presidente da Concelhia, Pedro Borges, em oposição à lista de Aires dos Santos, apoiada pelo presidente, Borges da Silva. Um sinal de que se avizinham tempos conturbados.