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Oliveira do Hospital contribui com 877 hectares de área ardida

Ultrapassou as oito centenas de hectares a área que, na sequência dos fogos registados no concelho nos dias 21 e 25 de agosto, foi consumida na zona do Vale do Alva e nas freguesias de Ervedal, Lagares da Beira e Travanca de Lagos.

Sem conseguir deixar de fazer parte do mapa dos incêndios que, no mês de agosto, fustigaram o país, Oliveira do Hospital também contribui para os números da área ardida– 94 155 hectares – com um total de 877 hectares.

Os números revelados esta manhã pelo presidente da Câmara Municipal e responsável máximo da proteção civil reportam-se aos incêndios ocorridos a 21 e 25 de agosto e que ocorreram nas zonas norte e sul do concelho. O fogo que, na tarde do dia 21 de agosto, deflagrou no Vale do Alva, afetando sobretudo as freguesias de S. Sebastião da Feira e Penalva de Alva e chegou a ameaçar habitações consumiu 142 hectares. O incêndio mobilizou corporações de todo o país, tendo contado com o envolvimento de 330 bombeiros e meios aéreos. Uma viatura do comando dos bombeiros de Oliveira do Hospital ardeu no fogo, tendo o adjunto de comando Paulo Rocha saído ileso com queimaduras ligeiras. Dado como extinto com a chegada da noite, o fogo chegou a ser encarado como o pior ocorrido, este ano, em território concelhio representando uma despesa municipal na ordem dos 5.500 Euros.

O pior incêndio estaria, porém, ainda por chegar. Aconteceu a norte do concelho no dia 25 de agosto, consumindo 735 hectares de floresta nas freguesias de Ervedal da Beira, Lagares da Beira e Travanca de Lagos, com o verde da paisagem a dar lugar ao negro das cinzas. Pessoas chegaram a ser evacuadas de habitações, o carro de um cidadão belga ardeu e uma queijaria chegou a ser ameaçada pelo fogo, que também só foi dado como dominado ao início da noite, representando uma “despesa já apurada de 8.551 Euros” para os cofres do município.

Números que tenderiam a ganhar dimensão maior não fosse a prontidão das corporações do concelho e de todos os corpos de bombeiros que apoiaram no combate à chamas. “Os nossos bombeiros e comandantes foram incansáveis”, reconheceu esta manhã o presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital que, quer num incêndio quer no outro, está certo de que faltou a prontidão dos meios aéreos que contribuiu para a rápida progressão das chamas. José Carlos Alexandrino falou ainda de “descoordenação entre os comandos das corporações locais e os comandos operacionais”. “O fogo só entrou em Lagares da Beira porque não foi ouvido o comandante Pinto”, contou o presidente, recordando que aquele responsável solicitou meios aéreos que não foram encaminhados para o local. “Depois acabaram por andar lá sete meios aéreos, quando antes bastava um helicóptero pesado”, continuou José Carlos Alexandrino, recordando os momentos de pânico vividos no local, sobretudo quando a queijaria se encontrava em situação de perigo.

Uma descoordenação que o vereador do PSD na Câmara Municipal disse compreender “face aos inúmeros incêndios que existiam no país e em que haviam habitantes em situação de risco”. “Ainda assim, fomos mais felizes que outros, porque ali não morreu ninguém”, referiu satisfeito Mário Alves, considerando ser hora de o município “estudar formas de contrariar este tipo de situações”. “Se for possível, a Câmara deve comprar ou arrendar uma faixa, que possa estar sempre limpa e sirva de tampão”, disse Mário Alves.
“É preciso uma política diferente de floresta”, disse também José Carlos Alexandrino.

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