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Oliveira do Hospital cria dia dedicado à Igualdade

 

Para o efeito criou o “Dia Municipal para a Igualdade”.

O dia 21 de junho vai passar a ter um significado especial para as gentes de Oliveira do Hospital.

A data está, desde ontem, associada à luta contra as desigualdades, em particular entre géneros.

Tal decorre da criação do “Dia Municipal para a Igualdade” que, ontem foi assinalado, na Biblioteca Municipal de Oliveira do Hospital, com o objetivo de todos os anos, aquela data ser evocada com ações de promoção para a igualdade de género.

“Queremos que seja um dia que cresça em participação cívica”, referiu o vice-presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital, contextualizando a criação do Dia Municipal para a Igualdade no âmbito do projeto maior “Igualdade Local, Cidadania Responsável” que tem vindo a ser desenvolvido a nível municipal, no sentido de esbater as diferenças e promover a igualdade.

Um trabalho que, explicou José Francisco Rolo, tem vindo a ser dinamizado em várias áreas, com o objetivo de “sensibilizar para a importância de uma vida igualitária entre homens e mulheres” e de “ultrapassar estereótipos , preconceitos e promover uma cultura de igualdade de género”.

Questões de reconhecida importância para o município oliveirense, que no âmbito do projeto coordenado por Carla Camacho decidiu “elevar o patamar” e instituir no concelho um dia dedicado à causa da igualdade.

“A partir de 2012 vamos ter um dia dedicado às questões da igualdade para refletir e centrar as atenções da comunidade”, disse o vice-presidente também responsável pela pasta da ação social concelhia, explicando também que foi escolhido o dia 21 de junho, por se tratar do dia de solstício de verão. “É o dia do ano em que há mais tempo de sol”, contou, explicando que aquela data também serviu de inspiração ao lema igualitário “o sol quando nasce é para tod@s”.

Apostado em esbater desigualdades, o município reserva para o dia 7 de outubro, dia do municpio, a nomeação do conselheiro municipal. Em curso tem também a elaboração do plano municipal para a igualdade, com monitorização obrigatória no dia 21 de junho de cada ano.

Mulheres são as mais discriminadas

A forte presença das mulheres nas taxas de desemprego concelhio e nos números de violência doméstica continuam a dar conta da desigualdade entre géneros a que se assiste no concelho de Oliveira do Hospital.

“Oliveira do Hospital tem mais mulheres no desemprego do que homens”, sublinhou José Francisco Rolo, notando que em março deste ano os números do desemprego davam conta de 474 mulheres naquela condição.

Números que, ainda assim, refletem também o aumento de homens em situação de desemprego. “Há uma tendência de esbatimento da feminização do desemprego”, verificou José Francisco Rolo, revelando que há um ano as mulheres constituíam 58 por cento dos desempregados e hoje representam 52 por cento daquele universo, onde as mulheres também surgem com as habilitações literárias mais baixas.

A discriminação das mulheres no seio familiar e doméstico é também comprovada pelos casos de violência doméstica sinalizados e acompanhados pelo serviço de açõ social e saúde da Câmara Municipal que dão conta do aumento daquele tipo de situações, que já obrigou ao alojamento de uma mulher numa habitação social municipal.

O défice de participação das mulheres na vida ativa e social é outro indicador da discriminação de que continuam a ser objeto.

Matérias que ontem mereceram a apreciação no âmbito da sessão “Sobre as igualdades e as desigualdades” e que sentou à mesma mesa João Redondo , psiquiatra e coordenador do Serviço de Violência do Centro Hospitalar Psiquiátrico de Coimbra, Margarida Garcia , da Universidade Otava -Canada, e Rosa Neto, presidente da direção da ARCIAL

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