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“Os tempos são de dificuldade e não faz sentido, nesta altura, estar a comprar algum carro”

Invocando razões de ordem economicista, o presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital revelou-se, hoje, contra as declarações proferidas por António Lopes, em Assembleia Municipal (AM) de 30 de Abril, a propósito da necessidade de o município proceder à aquisição de um novo carro para transportar o presidente da autarquia.

“Acho que os tempos são de dificuldade e não faz sentido, nesta altura, estar a comprar algum carro”, afirmou Alexandrino em reunião pública do executivo, assegurando que tinha dito ao presidente da AM que “não gostaria de ver o assunto discutido na praça pública”.

“É uma polémica de que estou afastado”, continuou o autarca, sublinhando contudo que Lopes apenas “constatou um facto que era verdade”, porque – como contou – na reunião da Águas do Zêzere e Côa (AZC) realizada em Belmonte, o veículo do presidente da Câmara de Oliveira do Hospital “era o mais fraco”.

“Participei numa reunião na Figueira da Foz e o meu motorista também disse que o nosso carro era realmente o mais fraco”, continuou, ao mesmo tempo, que clarificou “não ter a mania dos carros”.

Apesar de verificar que “nesta fase de crise”, a compra de uma nova viatura se afigura como uma situação “supérflua”, Alexandrino não colocou de lado a possibilidade de equacionar tal situação “mais à frente”. Assegurou, contudo, que “qualquer carro de 30 mil Euros é suficiente para transportar o presidente da Câmara”.

“Parece-me que o presidente da Assembleia Municipal se incomodou com aquilo que não devia”

Embora tenha aproveitado o momento para esclarecer a sua posição sobre o assunto, José Carlos Alexandrino dava resposta à interpelação apresentada pelo vereador do PSD, Paulo Rocha, que, no período antes da ordem do dia considerou a intervenção de António Lopes, na última reunião da AM, “totalmente descabida”.

“Parece-me que o presidente da AM se incomodou com aquilo que não devia”, referiu o vereador, entendendo que Lopes se deveria antes preocupar com “a situação financeira da AZC” e, com “o montante das remunerações auferidas, no ano transacto, pelos administradores da AZC”.

O assunto valeu ainda a apreciação do vereador Mário Alves que, não perdeu também a oportunidade para referir que, com ele na presidência, o motorista nunca teve a possibilidade de tecer comparações relativamente às viaturas usadas pelos presidentes de Câmara, porque nunca teve motorista.

Ainda numa espécie de recado endereçado a António Lopes, Alves considerou que “não é o carro que dá dignidade a quem quer que seja”. “Um dos problemas da sociedade portuguesa é esse”, continuou o ex-presidente da autarquia, frisando que “as pessoas têm valor por aquilo que são e não pelos carros que utilizam”.

“Já viu se o presidente da República andasse de Clio”, retorquiu Alexandrino, insistindo, contudo, com a garantia de que “quando se comprar um carro, não será um carro com custos absurdos”.

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