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Imagem vazia padrão“Não faz sentido haver queijo de ovelha curado e queijo Serra da Estrela, quando ambos são feitos nas mesmas instalações, com a mesma matéria-prima e com as mesmas condições”. A observação foi feita esta manhã ao diário on-line do Correio da Beira Serra por Deorema Coelho na XVII Festa do Queijo, Enchidos e Mel que está a decorrer no mercado municipal de Oliveira do Hospital.

Produtores de queijo querem certificação mais barata

A produtora de queijo Serra da Estrela de Denominação de Origem Protegida (DOP) que ao final da manhã fazia um balanço “muito positivo” sobre a procura do queijo e requeijão naquele certame, não escondeu o seu descontentamento relativamente aos elevados custos inerentes ao processo de certificação do Queijo Serra da Estrela. Na opinião de Deorema Coelho, os preços deveriam ser “mais acessíveis” para que se pudesse comercializar um único produto, porque o queijo certificado e o curado “é exactamente o mesmo”.

A mesma preocupação foi manifestada por Paulo Rogério, proprietário de uma queijaria artesanal licenciada que também tem que fazer face aos elevados custos da certificação. “A certificação é muito cara e só se justifica para quem já tenha queijarias com alguma dimensão, porque um produtor pequeno não consegue”, sustentou o jovem produtor que dá continuidade a uma actividade familiar. Apesar de na sua banca também comercializar o queijo DOP, o curado é o que tem mais saída, porque – como referiu – “as pessoas sabem que o queijo é todo igual”. É que a diferença do preço é significativa, “cerca de 2,50€”, disse. Rogério trabalha com a DOP no queijo e no requeijão e equaciona também apostar no borrego Serra da Estrela.

“Lei para proteger os pequenos produtores”

Imagem vazia padrãoPara fazer face às dificuldades dos produtores, no que respeita ao pastoreio e à comercialização do produto final, o presidente da Câmara Municipal de Oliveira do Hospital continua a defender a união entre produtores. “Acho que a associação entre os produtores é importante, tal como criar cadeias de comercialização para mais tarde, facilmente, escoar os produtos, sem que se perca qualidade”, referiu Mário Alves aos jornalistas, remetendo também para o governo a responsabilidade de criar “uma lei que possa proteger os pequenos produtores”. “Senão corremos o risco de, nalgumas situações, as pessoas deixarem de ter ovelhas para pastorear e de se acabar o produto”, sublinhou.

“O ideal para nós, seria que o pequeno produtor também pudesse produzir o seu queijo, porque nós sabemos, que é nos pequenos que está a melhor qualidade do produto”, considerou o autarca, frisando que “esta é uma questão que tem que ser vista, mas não é a câmara que tem que ver”.

Ainda questionado pelos jornalistas pelo tão falado museu do queijo que tarda em ser realidade, o presidente da Câmara remeteu para a Assembleia Municipal que reúne em sessão extraordinária dia 28 de Março, mais informações sobre o projecto. Revelou contudo que o mesmo deverá surgir no centro da cidade, num projecto da autarquia.

A XVII Festa do Queijo Serra da Estrela, Mel e Enchidos decorre no mercado municipal até às 18h00, momento a partir do qual as atenções se direccionam para a Casa da Cultura César Oliveira, onde terá lugar o XIX Capítulo da Confraria do Queijo Serra da Estrela. No mesmo local, será feita a entrega dos prémios do concurso de fotografia, a cerimónia de entronização de novos confrades, a apresentação oficial do “Grande Livro do Queijo Serra da Estrela” e actuação do Coral de Sant’Ana. O certame culmina com o banquete do XIX Capítulo da Confraria.

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