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Secretário de Estado da Energia e da Inovação diz que ‘bioREFINA-Ter’ tem “um balneário cheio de craques”

A afirmação foi, ontem, proferida pelo presidente da Câmara Municipal de Oliveira Hospital (CMOH), durante a cerimónia de apresentação do projeto “bioREFINA-Ter”, da Plataforma para o Desenvolvimento da Região Interior Centro (PDRIC).

Ladeado por dois membros do governo – o secretário de Estado da Energia e da Inovação, Carlos Zorrinho, e o seu congénere na pasta das Florestas e do Desenvolvimento Rural, Rui Barreiro -, José Carlos Alexandrino disse estar ali a cumprir o primeiro ponto do seu programa eleitoral que – sublinhou – “definia como objetivo o desenvolvimento de um novo modelo de desenvolvimento empresarial” para o concelho.

“É a sequência lógica de um trajeto que traçámos para este concelho e que vamos continuar a trilhar. Um trajeto aberto à modernidade, apontado ao futuro e assente na exploração e aprofundamento da riqueza que hoje distingue os povos mais ricos e mais desenvolvidos do mundo – o património do conhecimento”, frisou o presidente da CMOH referindo-se ao “bioREFINA-Ter”.

O autarca eleito pelo PS, que discursou após uma apresentação das linhas gerais do projeto feita pelo presidente da comissão instaladora da PDRIC, Paulo Serra e Silva, sublinhou que a câmara a que preside teve que “acender o rastilho” para “abrir as portas do desenvolvimento”, e também explicou que “uma iniciativa destas tinha que crescer fora dos muros da Câmara” para ter “autonomia e elasticidade suficientes para escapar aos múltiplos procedimentos burocráticos que diminuem a velocidade de reação de uma autarquia”.

Discursando para uma plateia essencialmente composta por gente ligada ao meio académico nacional e até internacional – na sala estavam representantes das mais diversas universidades, incluindo as de Madrid e de Bilbao – e a empresas de topo – como a Sonae Indústria e a Galp Energia, que se associaram ao projeto -, Alexandrino referiu que “se o objetivo era aproveitar todo um potencial de crescimento e de desenvolvimento” que existe na região, então, era fundamental “construir pontes com as empresas e com o ensino superior”.

“Não tivemos dúvidas em chamar a este projeto o Núcleo de Desenvolvimento Empresarial do Interior e Beiras e o Instituto Politécnico de Coimbra, através da Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Oliveira do Hospital”, observou o autarca, sublinhando que para criar a PDRIC não teve “dúvidas em ir buscar gente de fora, gente com mundo e com experiência, que dava garantias de ser a mais capaz para pôr em pé um projeto de objetivos assumidamente ambiciosos”. Ao todo, neste projeto, estão envolvidas 17 entidades ligadas à investigação.

Argumentando que o concelho estava “desprevenido e insuficientemente preparado” para os desafios “introduzidos pela globalização”, Alexandrino considerou também que o projeto bioREFINA-Ter “é verde, é inteligente, e tem potencial exportador. Com ele, Oliveira do Hospital percorre de forma proeminente algumas das linhas mestras definidas pelo Plano Tecnológico” do governo, sustentou.

“Tornar Oliveira do Hospital num concelho energeticamente autosustentável”

Numa altura em que a taxa de desemprego de Oliveira do Hospital ronda os 20 por cento – quase o dobro da média nacional -, o presidente da câmara mostrou-se também confiante quanto à vocação deste projeto para “fazer irradiar uma atitude regeneradora e revigorante” do tecido económico e social do concelho, que nas últimas décadas tem repousado sob a égide da indústria de confeções

“Tudo faremos para conseguir dar aos filhos daqueles que hoje se empregam na indústria tradicional e que veem a aproximação da ameaça do desemprego, as ferramentas que lhes permitam sobreviver e competir de igual para igual nos desafios da economia, da inovação e da globalização”, afiançou o autarca.

Sobre um dos principais objetivos do bioREFINA-Ter – as energias renováveis – , Alexandrino, que invocou elogiosamente o nome de António Campos para o classificar como “o homem que sonhou o projeto”, disse ter a pretensão de “tornar Oliveira do Hospital num concelho energeticamente autosustentável, capaz de produzir tanta energia como aquela que consome, aproveitando todo o imenso potencial que lhe foi colocado à disposição por uma Natureza pródiga e generosa em floresta, água, sol e vento”.

“Quatro pastas do governo presentes no projecto”

Naquela que é já a sua quarta visita a Oliveira do Hospital – o presidente da câmara agradeceu-lhe o “incentivo, o apoio e o acompanhamento que tem dado a este projeto de desenvolvimento” – o Secretário de Estado (SE) das Florestas e do Desenvolvimento Rural, que desta vez se deslocou às instalações do centro nevrálgico da Plataforma, na zona industrial da cidade, inaugurou o seu discurso com uma referência que considerou como “obrigatória” a António Campos. “É um lutador e um sonhador incansável… luta quando acredita. Acreditou neste projeto desde o início”, disse Rui Barreiro, observando que o antigo eurodeputado do PS chegou ao ponto de lhe oferecer dois livros para o “sensibilizar para o projeto”.

Barreiro enalteceu também o papel que o presidente do NDEIB, Fernando Tavares Pereira, tem tido neste processo, e definiu-o como o homem que “chateia os governantes para que invistam nesta região”.

“Estas quatro pastas do Governo estão todas presentes neste projeto”, referiu aquele membro do governo, numa alusão ao facto de as áreas da floresta e do desenvolvimento rural estarem sob a sua tutela, e as da energia e da inovação com o seu colega de governação.

Para aquele SE, o bioRefina-Ter tem “a vantagem de acrescentar mais valor aos produtos florestais” e a valia de ser um projeto que, na sua opinião, poderá “desenvolver o interior do país”, gerando “empregos de qualidade”.

“Um balneário cheio de craques”

Sublinhando o facto de estar a discursar para “uma elite” numa sala onde irá ser instalado o futuro laboratório do projeto, o SE da Energia e da Inovação, que também veio a Oliveira do Hospital para participar na assinatura dos protocolos de financiamento e cooperação, foi perempório: “um projeto com uma parceria destas não tem desculpa nenhuma”, afirmou Carlos Zorrinho.

Virando-se para o presidente da câmara, e ironizando com a sua condição de homem ligado ao desporto, Zorrinho disse a Alexandrino que “tem um balneário cheio de craques” e sublinhou que o bioREFINA-Ter é “um projeto muito ambicioso” e “muito importante do ponto de vista do antecipar para vencer”… queremos dinamizar por todo o país esta dinâmica de inovação”, frisou.

Zorrinho salientou também que “os concelhos têm que ter uma marca que os projete”, e apontou as “economias sustentáveis” como uma das “saídas para a crise”. “Vamo-nos encontrar muitas vezes para falar deste projeto”, prometeu aquele governante, que também destacou o envolvimento de António Campos ao longo do processo. “É, de facto, um exemplo de dedicação ao progresso e ao futuro”, disse.

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Acompanhe o CBS online, em próximos blocos informativos, para saber mais sobre o “bioREFINA-Ter”

 

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