A líder do Partido Trabalhista, de centro-esquerda, e primeira-ministra da Nova Zelândia, de 42 anos, anunciou a sua demissão da liderança do Governo, que exercia desde 2017.
O seu discurso de renúncia foi marcante. Porque ela não se demite por estar envolvida em escândalos, nem para se recandidatar logo a seguir com o fito taticista de ganhar eleições ainda com mais votos.
Jacinda, que foi disruptiva ao ter entrado em licença de maternidade oito meses após ter sido empossada primeira-ministra, abdica do poder porque se afirma “humana” e está desgastada pela exigência do seu trabalho, como explicou com simplicidade: “Dei tudo de mim no cargo de primeira-ministra, mas também me tirou muito. Sei o que este trabalho exige e já não tenho energia para cumpri-lo bem. Não se pode nem se deve desempenhar esta função sem se ter o ‘depósito cheio’ e mais um pouco em reserva para aqueles desafios não planeados e inesperados que inevitavelmente surgem.”
É caso para dizer que Jacinda Ardern entrou na política, exerceu o poder e decidiu sair sendo sempre a mesma pessoa. Informal, empática e progressista. Qualidades muito raras na classe política.
Autor: Luís Paulo Rodrigues,