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Rio Cobral sofre com nova descarga

… que, se presume, tenha tido origem numa unidade de laticínios.

O caso não é novo e chega a ser recorrente no período de chuvas e, em particular, durante a noite. Foi exatamente isso que aconteceu ao início da noite de ontem, com a espuma branca a invadir o leito do rio Cobral e o mau cheiro a tomar conta da freguesia.

A situação reportada a este diário digital pelo próprio presidente da Junta de Freguesia de Meruge quando passavam poucos minutos das 20h00, foi-lhe comunicada numa altura em que a o foco de poluição ainda só era visível na localidade de Várzea, no concelho de Seia, mas que rapidamente chegou a Meruge.

“Era um cheiro que não se podia parar por aqui”, relatou Aníbal Correia ao correiodabeiraserra.com, lamentando que apesar das várias queixas apresentadas junto da GNR e da missiva que o próprio dirigiu ao ministério do Ambiente, ainda haja unidades de laticínios, em particular queijarias que continuem a violar a lei e a poluir o Rio Cobral.

“A água ia toda esbranquiçada”, disse ainda o autarca que, pelo facto de há já algum tempo não se verificarem episódios como o que ontem aconteceu, chegou a pensar que o problema estava sanado.

“Afinal estava enganado. Mal vem uma chuvada, aproveitam para fazer descargas ilegais”, desabafou, certo porém de que as queijarias a jusante, localizadas no concelho de Seia, até estão equipadas com as obrigatórias estações de tratamento de águas residuais, mas que, para fugirem às despesas, aproveitam as chuvas de inverno para irem lançando descargas no Rio Cobral.

À semelhança do que tem acontecido anteriormente, a descarga ontem ocorrida foi objeto de denúncia na GNR. Contudo, à hora que ocorreu e por na ocasião se encontrar a chover e se registar um intenso nevoeiro, o episódio acabou por passar despercebido à maioria da população de Meruge. às primeira horas de hoje, como a fotografia documenta, também já não existiam vestígios de água esbranquiçada ou mau cheiro, verificando-se apenas alguma espuma e a água muito turva, também por causa da forte corrente.

De qualquer modo, a situação relatada pelo autarca não surpreende os merugenses que, com alguma recorrência, vão sendo brindados com aquele foco de poluição. “É uma miséria”, comentava-se esta manhã em Meruge, com os mais velhos a recordarem o tempo em que a água corria límpida.

“Em tempos bebia-se a água do rio e os peixinhos até nos picavam as pernas”, referiu saudoso um morador que, agora, olha para o rio e para as suas margens e só vê “poluição”.

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