O documentário “Pare, Escute e Olhe” de Jorge Pelicano foi o grande vencedor da 15ª edição do Cine’Eco – Festival de Cinema e Vídeo de Ambiente da Serra da Estrela que terminou, sábado, em Seia.
Presente na Casa Municipal da Cultura de Seia, Pelicano recebeu os troféus dos Grande Prémio do Ambiente, Grande Prémio da Lusofonia e Prémio Especial da Juventude.
Com o mesmo documentário, o realizador foi também o grande vencedor do Doc Lisboa, tendo recebido no mesmo dia os prémios de Melhor Longa-Metragem, Melhor Montagem e o Prémio Escolas.
Em causa está uma obra, em que Pelicano dá conta das consequências que a paragem progressiva da Linha Ferroviária do Tua que liga Bragança a Mirandela causa às populações, com especial destaque para o despovoamento e a desertificação.
Segundo Pelicano: “Pare, Escute, Olhe é uma viagem por um Portugal profundo e esquecido, conduzida pela voz soberana de um povo inconformado, maior vítima de promessas incumpridas dos que juraram defender a terra”.
“Os Últimos Moinhos” recebeu menção Honrosa
De entre as várias obras premiadas, destaque para o filme “Os Últimos Moinhos” de Luís Silva que arrecadou uma menção honrosa atribuída pelo Júri da Lusofonia.
Rodado em 12 localidades, o documentário retrata “a triste” realidade de uma arte que, para além de aproveitar os recursos hídricos e naturais, era o sustento de muitas famílias nas regiões do centro e norte do país, e até no Alentejo.
“O que vimos e registámos na objectiva foram dezenas ou mesmo centenas de moinhos desactivados, cobertos de silvas, abandonados pelo tempo”, refere o realizador, verificando que “os mais novos já não querem saber disto e as leis estão cada vez mais rígidas e, afastam os “sobreviventes” de dar continuidade à profissão de moleiros”.
A obra retrata esta arte em Figueiró da Serra, Moinhos da Serra e Folgosinho no concelho de Gouveia, em Sandomil e Tourais no concelho de Seia, em S. Gião e Ervedal da Beira no concelho de Oliveira do Hospital, no Alentejo em Belver e Domingos da Vinha e, Viseu.