alegadamente perpetrados pela própria filha que também foi internada na unidade de Psiquiatria dos Hospitais da Universidade de Coimbra (HUC), confirmou ao diário online do Correio da Beira Serra o sargento-mor Martins do Destacamento Territorial da GNR da Lousã.
Contactado por este jornal, o director clínico do Hospital asseverou que a senhora de 78 anos foi internada, dia 3, com um estado clínico de desidratação e subnutrição, dois hematomas e sintomas de caquexia. José António Dias não confirmou, no entanto, que a idosa tivesse sido vítima de maus-tratos, mas não deixou de referir que aquando do encaminhamento para o hospital foi dada a informação de que a paciente teria estado “acorrentada” em casa. O responsável clínico adiantou também que fruto da caquexia – envelhecimento acelerado, como explicou – a septuagenária não fala, situação que considera ter-se agravado com os alegados maus-tratos. Sublinhou que a função do Hospital está a ser cumprida e que caberá à Assistente Social solucionar o problema relacionado com o futuro da paciente quando lhe for dada alta hospitalar.
A filha da septuagenária foi presente a Tribunal, por actuação da GNR com recurso a mandado com possibilidade de arrombamento, explicou o sargento-mor Martins do Destacamento da GNR da Lousã. Segundo referiu, a rapariga com cerca de 30 anos nunca compareceu às chamadas do Tribunal, local onde já tinham sido apresentadas várias queixas pelos próprios vizinhos. Ao diário online do CBS o sargento-mor Martins acrescentou que a filha “impedia sistematicamente que enfermeiros e assistentes sociais prestassem assistência à mãe”.
No mesmo dia em que a filha foi presente a Tribunal, a mãe foi retirada de casa e beneficia agora do necessário acompanhamento médico. O responsável pelo destacamento da Lousã prefere não falar em maus-tratos, mas sublinha contudo que “também não eram bons tratos”. Sublinha o facto de a filha apresentar “indícios de perturbação mental”, razão pela qual foi internada “compulsivamente” em Coimbra.