É oficial, a empresa de metalomecânica Imporfabril, antiga IRAL, vai mesmo encerrar. Hoje as duas dezenas de trabalhadores que em setembro decidiram pela não rescisão dos contratos de trabalho cumprem o último dia laboral e, amanhã, já não regressam ao trabalho.
A empresa que para sempre vai ficar ligada à IRAL e ao seu fundador, Armindo Lousada, entrou recentemente em processo de insolvência a pedido dos 19 trabalhadores que em setembro rescindiram contratos e que até agora não receberam os quatro salários que tinham em atraso.
Desde aquela data, ainda que reduzida a metade dos trabalhadores, a unidade industrial não conseguiu fazer face à crise e acabou por engrossar a dívida para com os trabalhadores resistentes que terminam 2011 com sete salários e dois subsídios em atraso.
Criada há cerca de seis anos numa tentativa de recuperação da conhecida IRAL, a Imporfabril cedo começou a sentir dificuldades em honrar os compromissos junto dos trabalhadores que transitaram da antiga unidade industrial.
De acordo com informação apurada junto de fontes conhecedoras do processo, a Imporfabril nunca conseguiu funcionar com capitais próprios, tendo frequentemente necessidade de recorrer à banca.
Numa conjuntura de crise e perante a redução do volume de encomendas, a empresa terá acabado por entrar numa situação irreversível, em que os trabalhadores se afiguram como os principais credores.
A poucos dias do final de 2011, aos 20 trabalhadores nada mais resta do que recorrer ao subsídio de desemprego.
Pelo que este diário digital apurou, o ambiente que hoje se vive no interior da empresa é de “constrangimento”. Alguns trabalhadores levam na bagagem a recordação de uma vida de trabalho na empresa de metalomecânica e, pelo adiantado da idade, não têm lugar para grandes esperanças em encontrar um novo emprego, pelo que a reforma se afigurará como o caminho a seguir.
Localizada junto à rotunda Armindo Lousada, onde em 2007 foi erigido o monumento ao empresário, a Imporfabril termina o ano da pior maneira possível. A Assembleia de Credores deverá ter lugar no próximo mês de janeiro.