O tribunal aceitou este mês o requerimento do Movimento Associativo de Apoio às Vítimas do Incêndio Midões (Maavim) para a abertura da instrução dos processos que visam o apuramento das responsabilidades na ausência de apoio às populações afectadas pelos incêndios de 15 e 16 de Outubro de 2017. Estes processos, recorde-se, tinham sido arquivados.
“Não queremos com isto dizer que foi feita justiça, porque não foi, mas pelo menos achamos que a população afectada merece respeito e que seja apurada a verdade acerca de tudo o que falhou, para que não volte a acontecer, como infelizmente temos verificado nos últimos anos”, refere aquele movimento em comunicado.
O porta voz Maavim lembra que recentemente o Presidente da República avisou que as populações se devem preparar para um ano de 2023 difícil em termos de incêndios. “Como se isso fosse normal. Continuamos a verificar que se gastam milhões em estudos e medidas sem aplicação real no terreno e não se investe na prevenção, planeamento e ocupação do território rural” insiste Nuno Tavares Pereira. “As ajudas a quem tudo perdeu, os apoios à agricultura, à floresta e à habitação no meio rural são fundamentais para combater este flagelo. São os que estão no terreno que têm de ser apoiados e o trabalho é feito durante o Inverno”, lembrou.
O Maavim salienta ainda que não são os contratos dos helicópteros que vão diminuir os incêndios, mas sim o apoio aos bombeiros, associações e empresas florestais e agrícolas dos territórios. Não podemos continuar a aguardar pelas “cabras sapadoras”, ou outras promessas” sublinha, defendendo que os apoios devem ir para quem está no território, “porque um território ocupado e cultivado é um território seguro”.
Recorde-se, segundo o movimento , o Maavim, em 2018, iniciou participação contra entidades públicas e privadas (Ministérios da Administração Interna e do Ambiente, Câmara Municipal de Tábua, EDP, REN e Águas de Portugal), pela falha do SIRESP, falta de plano de gestão e organização da floresta, falta de accionamento do plano de emergência da autarquia, falta de piquetes de emergência, falta de limpeza das faixas de gestão de combustível, falta de geradores autónomos nas bombas de elevação de água ao qual era apenso a este inquérito também outra participação de falta de limpeza pela CM de Oliveira do Hospital.