Uma mulher que levou uma câmara de vídeo dissimulada num botão da camisa para receber instruções à distância, enquanto fazia o exame teórico de condução, no Centro de Exames de Tábua, foi ontem condenada a uma pena de multa de 385 euros. A escola que a propôs a exame foi punida com uma multa de 16 500 euros e obrigada a publicitar a decisão, nomeadamente nos jornais regionais, enquanto o director terá de pagar 915 euros por a ter ajudado.
O caso ocorreu em 2019. A candidata, de 43 anos, de Almeida, não sabe ler nem escrever e já tinha sido condenada por ter usado uma carta de condução falsa e condução sem habilitação legal. Na primeira sessão do julgamento, disse que procurou a escola, de Tondela, porque queria obter a carta de forma legal. Admitiu ter levado para o exame a câmara, um telemóvel e um aparelho de Internet para receber instruções do exterior com as respostas correctas, mas disse estar convencida de estar a fazer o que era certo. Numa sessão posterior, corrigiu as declarações e disse ter pagado cinco mil euros à escola para obter a carta.
O responsável da escola garantiu não a ter ajudado e não ter prometido nada, assegurando que a candidata frequentou as aulas. O tribunal considerou, no entanto, que esteve envolvido no esquema que “só não conseguiu ir avante por incapacidade da arguida”. O juiz lembrou que o telemóvel apreendido foi comprado pelo arguido. “Os senhores tentaram enganar o sistema”, referiu o tribunal.