Um ano depois de arrancarem as primeiras obras, os promotores do Aqua Village Healt Resort e Spa, em Caldas de S. Paulo, concelho de Oliveira do Hospital, fizeram hoje a apresentação formal do empreendimento. Uma apresentação que antecede a inauguração prevista para 22 de Julho e a entrada em funcionamento agendada para o primeiro dia de Agosto, daquele que é o primeiro resort de cinco estrelas na zona da Serra da Estrela que obrigou a um investimento de cerca de 5 milhões de euros e pretende ser uma referência em todos os aspectos. Até mesmo na forma como vai tirar partido das águas termais que fazem parte do complexo.
“O objectivo é colocar o potencial natural desta região ao serviço dos turistas. Uma dessas mais-valias são as águas termais que vão ser utilizadas em dezenas de experiências e os seus benefícios vão ser explorados ao limite e utilizados nas mais diversas aplicações de saúde e bem-estar”, começou por referir o responsável pelo empreendimento, Francisco Cruz, que, para assinalar a data, contou com apresença de várias individualidades. Estiveram no empreendimento, entre outros, o presidente da ADXTUR – Agência de Desenvolvimento das Aldeias do Xisto, Paulo Fernandes, o presidente do Turismo do Centro, Pedro Machado, bem como a presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), Ana Abrunhosa.
Nenhum deles escondeu alguma admiração pelo empreendimento que se apresenta distribuído por nove edifícios, ocupando quatro hectares. Uma área que permite acolher 29 apartamentos de tipologia T1 e T2 com Jacuzzi privativo, kitchnet e ainda uma suíte presidencial. Mas o destaque não vai apenas para os aposentos de topo. Envolvido pela paisagem montanhosa, na margem do Rio Alva, o complexo contempla ainda estruturas suspensas nas copas das árvores, exclusivamente desenhadas para massagens ao ar livre, uma praia privativa, restaurante regional, sala de congressos, sala de cinema, biblioteca e um centro de interpretação das águas termais. Em termos tecnológicos também procura ajudar o planeta e aposta nas energias renováveis, com a circulação a ser feita exclusivamente em carros eléctricos. “Queremos salvaguardar o meio ambiente”, explicou Francisco Cruz, que frisou mais uma vez a importância das águas termais. “Que nunca foram exploradas”, frisou.
A testemunhar o valor deste recurso natural esteve o poeta popular Manuel Afonso que lembrou os tempos em que aquele lugar era procurado para curar algumas doenças. “Recordo-me de muitos idosos que chegavam aqui em carroças para fazer os seus tratamentos e passados 15 dias regressavam a casa pelo seu próprio pé”, sublinhou. “Parabéns aos promotores”, resumiu.
O presidente do Turismo do Centro destacou que cada vez mais que o investimento tem de ser feito em algo que marque a diferença. “É nestas alturas que devemos ser mais exigentes e estas qualidades estão presentes neste empreendimento. São estes projectos que ajudam a equilibrar um país que tem um turismo demasiado virado para o litoral”, explicou Pedro Machado, enquanto Paulo Fernandes frisou este é o maior investimento privado na zona das Aldeias do Xisto.
Já a Ana Abrunhosa lembrou que a CCDRC acarinha quem arrisca, elogiando Francisco Cruz por ser um empresário que não tem medo de apostar no interior. “Sei que é mais difícil ser empresário em Portugal que noutro lugar qualquer, mas é ainda muito mais complicado ser empresário nos territórios mais frágeis do país. Apesar dos apoios, o promotor investiu aqui muito dinheiro”, começou por referir, adiantando que a instituição a que preside irá continuar a ajudar. “A parte mais complicada vem agora. Entrar no circuito comercial, atrair clientes. Isso é muito difícil, mas nós existimos para apoiar bons projectos”, sublinhou.
A responsável pela CCDRC não se esqueceu dos problemas que o empresário teve de enfrentar para levar o projecto em frente, dizendo mesmo que foi “uma verdadeira Cruz”. Recorde-se que Francisco Cruz enfrentou vários problemas com a Câmara Municipal de Oliveira do Hospital, chegando o caso a ser debatido em tribunal, onde a autarquia liderada por José Carlos Alexandrino acabou por perder. E, talvez sobre isso, Ana Abrunhosa lembrou que é necessário criar redes entre as várias instituições, incluindo as autarquias para estes projectos vingarem. “Procurar evitar os obstáculos é uma das funções dos municípios”, assinalou.
O vice-presidente da Câmara Municipal, José Francisco Rolo, que viu Francisco Cruz elogiar o empenho de todas as autoridades presentes, mas ignorar, no seu discurso, a autarquia oliveirense, preferiu também passar por cima dos problemas que existiram. Optou por destacar o potencial do projecto e daquilo que significa para a área envolvente. “São os projectos privados que criam riqueza, desenvolvimento e fixam pessoas. Com este empreendimento, o interior fica mais enriquecido”, disse, antes de adiantar que ao aproveitar os recursos termais, este é um projecto âncora. “Vamos continuar a trabalhar de mãos dadas, como temos feito até aqui”, disse.
Os responsáveis do Aqua Village aproveitaram ainda a cerimónia para assinar protocolos de colaboração com a Escola Superior de Hotelaria do Instituto Politécnico da Guarda, com a Escola Profissional da Serra da Estrela e com a Escola Profissional de Oliveira do Hospital, Tábua e Arganil (EPTOLIVA). Isto, antes de uma visita guiada ao complexo ainda em fase de acabamentos.