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Uma casa auto-sustentável

Técnico de Desenho e Projecto da Construção Civil, assim se chama.

Tratou-se sobretudo de corresponder a um esforço no âmbito de uma abertura da escola ao meio em que se insere, indo ao encontro, deste modo, das solicitações de formação em áreas específicas de pessoas já integradas no mercado de trabalho.

O curso de Educação e Formação de Adultos (EFA) funcionou, obviamente, em regime pós laboral durante dois anos lectivos e com uma carga horária bastante exigente, uma forte componente técnica sem descuidar, no entanto, outras áreas de formação como a Língua Portuguesa e Inglesa, a Cidadania e a Ciência e Tecnologia.

Queria neste momento saudar os formandos pelo esforço e trabalho realizado, pela curiosidade e abertura de espírito que sempre revelaram, pela partilha de conhecimentos e, ainda, pela mais-valia que trouxeram à escola.

O trabalho que agora se divulga à comunidade é o culminar de dois anos de intenso labor; ele reflecte o empenhamento exemplar dos seus autores e, acima de tudo, a aplicação prática não só do que aprenderam, mas também dos seus ideais de comunidade e de empenhamento cívico.

Este projecto é, a todos os títulos, notável. A sua denominação, Casa auto-sustentável, encerra todo um programa. Além de interessantes opções estéticas, ele é revelador de preocupações genuínas no domínio da preservação do património arquitectónico, da qualidade ambiental e do desenvolvimento sustentado.

No actual contexto histórico em que se renovam apelos no sentido da preservação ambiental perante a vertigem de um planeta em perigo, este projecto é uma agradável surpresa que vale a pena conhecer de perto.

Mário Pão Alvo,(Professor de Filosofia da ESOH e formador do curso EFA)

 

O desenvolvimento de novos materiais e processos construtivos chega enfim à maturidade, viabilizando o conceito de habitação que gera a energia de que precisa e ainda “exporta” a parte excedente para a rede pública. Isso traduz-se, por exemplo, na existência de dois medidores de fluxo eléctrico: o tradicional, que regista o consumo, e um segundo, para marcar a quantidade de energia fornecida pela habitação à rede pública. A conta final, de crédito ou débito, é expressa pela diferença entre esses dois números. O que implica também numa nova postura das empresas fornecedoras de energia, que sempre direccionaram as suas políticas no sentido da venda de electricidade, nunca na compra de energia.

E como é que as habitações conseguem tal proeza?

Primeiro, com os novos painéis solares, bem como os aerogeradores, que já atingem altos graus de eficiência na transformação da energia solar em eléctrica.

Segundo, com o uso de materiais construtivos e equipamentos para regular e conservar a temperatura interna ideal com o mínimo de desperdício: paredes e pisos com isolamento térmico, técnicas construtivas que permitam melhor aproveitamento dos recursos naturais (ventilação, por exemplo), filtros solares nas janelas, condicionadores de ar e aquecedores mais precisos, cabos condutores de electricidade com menor perda, além de electrodomésticos, torneiras e chuveiros mais económicos.

Bio-construção

O processo não termina aí. A preocupação estende-se ao uso de materiais que não agridam a natureza, tanto na fabricação da matéria-prima como na construção imobiliária em si e no uso posterior do imóvel. Tintas e vernizes menos tóxicos, vidros com filtragem selectiva de raios solares (evitando excessos e raios nocivos), equipamentos para reutilização da água e reciclagem de outros materiais (reduzindo principalmente os despejos sanitários e os seus efeitos ambientais), até mesmo isolantes acústicos mais capazes, técnicas construtivas que permitam reduzir a agressão ambiental causada pela construção em si (e pelas demolições necessárias), são alguns dos exemplos.

O impulso, na Europa, é dado por uma série de regulamentações internacionaiss, como os acordos para o uso da madeira (projecto europeu de florestas certificadas), a certificação ambiental voluntária ISO 14001, as leis de orientação energética, o Plano Solar, as leis de renovação urbana, o conceito de Alta Qualidade Ambiental (haute qualité environnementale – HQE), o novo projecto europeu LCC-Refurb (Life Cycle Cost analysis in Building Refurbishment), o projecto de regulamentação térmica, adoptado em 2006. Aliás, a União Internacional dos Arquitectos (UIA) apresentou na conferência Batimat os resultados de seu programa de formação de arquitectos em desenvolvimento sustentável e integração de energias renováveis.

E não se fala em redução de lucros, pelo contrário. Os industriais começam a descobrir um novo e lucrativo mercado para produtos com características de protecção ambiental, com maior durabilidade e menor despesa de fabrico. Os novos processos construtivos também resultam em economias importantes, que se traduzem num menor custo final das obras. O conhecimento dos novos materiais disponíveis no mercado permite aos empreendedores oferecer produtos imobiliários com novos atractivos aos consumidores. E estes ganham a perspectiva de menores custos de manutenção do imóvel, e até de obter algum lucro, como na possibilidade da venda da energia excedente.

Hoje, a noção de desenvolvimento durável é um facto. Esta é uma oportunidade de progresso e de incrementar valor à construção.

Microgeração

A microgeração é a produção de energia ou calor por parte de empresas ou particulares que posteriormente é vendida às empresas de distribuição de energia por um preço superior ao de compra da mesma energia. De uma maneira geral, o retorno do capital investido na compra de equipamentos de produção de energia eléctrica faz-se em cerca de sete a oito anos. Após este período, o valor das vendas de energia a uma empresa de distribuição será superior ao valor da compra resultando num lucro para o consumidor.

Os equipamentos mais utilizados na produção de energia para venda a empresas de distribuição são os painéis fotovoltaicos e os mini geradores eólicos. Os painéis fotovoltaicos implicam um investimento inicial de cerca de 2000€ enquanto os geradores eólicos custam cerca de 1000€, razão pela qual a energia de painéis fotovoltaicos é vendida mais cara que a produzida pelos aerogeradores.

A microgeração é assim uma forma de preservar o ambiente, visto que a produção de energia é feita recorrendo apenas a fontes de energia alternativas, reduzindo a produção de CO2 por parte das empresas de distribuição. Além disso implica benefícios fiscais ao nível do IRS.

Apesar de tudo, ainda é um método com custos elevados que está pouco divulgado em Portugal, mas, por exemplo, a aplicação de novos materiais na construção dos painéis fotovoltaicos levará a uma redução do custo dos mesmos.

“O início de uma ideia que pode mudar tudo…”


Este trabalho foi elaborado com a finalidade de aplicarmos tudo o que aprendemos ao longo destes dois anos. Teve como objectivo específico a reconstrução de uma habitação situada junto à aldeia de Chamusca da Beira, Concelho de Oliveira do Hospital.

Este projecto focou-se principalmente em obras no interior da edificação permitindo a obtenção de um espaço acolhedor e funcional.No exterior decidiu-se manter e preservar o estilo arquitectónico tradicional da região para preservação do património cultural edificado.

Destina-se a ser uma CASA DE ACOLHIMENTO TEMPORÁRIO, em situação de catástrofe. Será uma casa auto-sustentável, bastar-se-á por si só, terá produção de energia (eólica e foto-voltaica) no caso de não ser gasta será vendida à rede pública. Terá também reaproveitamento das águas pluviais e a fossa será estanque, para que não haja poluição atmosférica e dos solos e será limpa sempre que necessário pelos serviços municipalizados.

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