Em reunião pública do executivo camarário, Mário Alves comunicou que os casos que chegam à Comissão de Protecção de Crianças e Jovens (CPCJ) “têm tendência para aumentar e não para reduzir”, não deixando de os associar à “nova pobreza”. “Queremos que a CPCJ não tenha serviço mas isso não acontece”, frisou, confessando-se preocupado com o que não é possível de “descortinar, a pobreza envergonhada”. Decidiu, por isso, incluir no próximo orçamento municipal uma verba para fazer face a situações de pobreza “até que o Estado depois lá chegue”. O presidente da autarquia oliveirense denunciou a existência de uma série de procedimentos burocráticos que atrasam a prestação de ajudas aos mais carenciados.
Sem deixar de se congratular com o anúncio do autarca, por entender que “tem que haver honestidade política”, o vereador José Francisco Rolo insurgiu-se contra o líder do executivo notando que “o Estado tem respostas sociais”, mas que a nível local “têm que existir serviços de retaguarda” capazes de acolher famílias em situação de risco. Lembrou o exemplo da família das Seixas, já instalada no bairro social de Seixo da Beira, em que se registou um período de cerca de oito meses desde que foi tornado público pela comunicação social, até à resolução do problema. Neste campo, o eleito socialista voltou à carga com a questão do Centro de Acolhimento de Travanca de Lagos que continua inactivo. “Deus queira que não aconteça nenhum problema, porque senão onde é que podemos acolher famílias?”, interrogou José Francisco Rolo, informando que o município de Góis tem uma casa para acolher famílias de emergência. Já Mário Alves respondeu com o argumento de que, em caso de necessidade, o município de Oliveira do Hospital tem o mesmo procedimento que as restantes autarquias, sem que no entanto tenha especificado o caminho a seguir.