“Num momento como este, parece-me de muito mau gosto que, para um encontro de futebol se façam transportar em carros afectos às empresas”, observou o vereador do PSD, na última reunião pública do executivo oliveirense, questionando ainda o presidente José Carlos Alexandrino relativamente aos custos suportados pela Câmara Municipal na promoção do evento.
Apesar de não deixar de concordar com Paulo Rocha – “eu era incapaz de usar um carro da Câmara para ir fazer um jogo”, referiu Alexandrino – o presidente oliveirense preferiu destacar a importância que o evento representou para as unidades turísticas concelhias e para a própria promoção do concelho.
“Tivemos oportunidade de trazer um conjunto de pessoas que fez com que o alojamento turístico estivesse cheio”, sentenciou José Carlos Alexandrino, garantindo que a Câmara Municipal apenas ofereceu um almoço a todas equipas participantes no evento desportivo e disponibilizou um percurso turístico para as pessoas que se deslocaram ao concelho, mas que não participaram nos jogos.
Entendendo que “é destes acontecimentos que o concelho de Oliveira do Hospital deve viver”, o autarca defendeu ainda a necessidade de manter boas relações com a empresa multimunicipal Águas do Zêzere e Côa porque – como frisou – “Oliveira do Hospital ainda não tem a barriga cheia da AZC”.
Para além de destacar a promoção turística dinamizada durante aquele evento desportivo, Alexandrino realçou ainda a semelhante iniciativa realizada no fim-de-semana seguinte, por ocasião do IX Torneio “Serra da Estrela – Cidade de Oliveira do Hospital”. “Penso que assim podemos vender a nossa imagem turística”, considerou.
“Vender o concelho de graça, dispenso”
A aposta turística do município é que parece não ter convencido o vereador do PSD, Mário Alves. “Vender o concelho de graça, dispenso”, observou o ex-presidente da Câmara, considerando que “no período em que vivemos quem quer ver, pode ver, mas a Câmara deve poupar”.
Sobre a presença das viaturas da AZC em Oliveira do Hospital, Mário Alves questionou ainda Alexandrino sobre a sua intenção de levar o assunto à próxima Assembleia-geral da empresa multimunicipal.
“A Câmara Municipal tem capital na empresa e deve colocar esta questão”, rematou.
Visivelmente incomodado com a postura de Alves, o presidente da Câmara insistiu com a necessidade de manter “boas relações” com a AZC e, esclareceu o vereador de que, só a ele diz respeito uma possível intervenção em reunião da Assembleia-geral.
“Se eu vou ou não intervir estou no meu direito. Sou eu que estou mandatado para intervir na AZC”, clarificou Alexandrino, aproveitando ainda para referir que, aquilo que é entendido por Alves como “um gasto”, é por ele compreendido como “um proveito”.