“Há uma má vontade de Lisboa em relação ao interior. É uma coisa espantosa”. A afirmação foi proferida pelo ex-deputado do Parlamento Europeu, António Campos, na visita que realizou com o cabeça de lista do PS às eleições europeias , Vital Moreira, à Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Oliveira do Hospital (ESTGOH).
Campos revelou-se, ontem, insatisfeito com a forma como o caso da ESTGOH tem vindo a ser conduzido, quer no que respeita à dificuldade de aprovação de novos cursos para a escola afecta ao Instituto Politécnico de Coimbra (IPC), quer em matéria de novas instalações.
“O crescimento do politécnico tem estado balizado pelo Ministério do Ensino Superior”, insistiu o socialista falando da necessidade de “abertura para com o interior” e da aplicação de uma política de “coesão nacional”.
Num encontro onde também participou o presidente do IPC e o candidato do PS à Câmara Municipal de Oliveira do Hospital, António Campos alertou para as dificuldades por que estão a passar as universidades do interior devido à falta de uma estratégia de coesão. “Não venham falar primeiro em regionalização, falem-nos em coesão”, referiu, insistindo na necessidade de “obrigar a que as zonas mais ricas contribuam para o desenvolvimento das mais pobres”.
“Há aqui uma má vontade e um problema mais sério que é a falta de frontalidade para dizer as coisas”, sustentou António Campos, considerando que o interior deve ser “discriminado positivamente”.
Perante uma escola que conta com sete anos de actividade Vital Moreira verificou que o “teste foi vencido” e posicionou-se ao lado de António Campos em defesa da coesão territorial. Frisou que esta é uma das medidas que consta do Tratado de Lisboa e que dá conta da necessidade de apoiar as regiões menos capacitadas.
“A escola tem demonstrado capacidade de captação de alunos. Falta-nos a capacidade de retenção de alunos”
Depois de uma visita pelas instalações que continuam a ser provisórias, o director da ESTGOH – frisou o apoio da Câmara nas adaptações a que o edifício já foi sujeito – destacou as ambições da escola em termos de ampliação formativa, com vista a atingir o patamar de um milhar de alunos.
As dificuldades encontradas no momento de aprovação de novos cursos foram evidenciadas por Nuno Fortes que também se referiu aos constrangimentos que o actual edifício tem vindo a provocar.
“A escola tem demonstrado capacidade de captação de alunos. Falta-nos a capacidade de retenção de alunos”, verificou o director, referindo-se em concreto às desistências que se têm vindo a verificar.
Também o presidente do IPC falou da necessidade de novas instalações para que a ESTGOH atinja a sua dimensão na casa dos 1000 a 1100 alunos. “Precisa de mudar de instalações e de se entrosar mais com a sociedade, desenvolver mais protótipos e mais serviços”, defendeu, falando ainda da importância de uma incubadora associada à escola.
O candidato do PS à Câmara Municipal disse esperar que a escola “possa alavancar um novo modelo de desenvolvimento empresarial da região”. Referindo-se em concreto à crise que afecta o sector têxtil, José Carlos Alexandrino defendeu que a escola deve criar condições alternativas e assumir-se como parceira na região.
Vital Moreira iniciou a sua visita ao concelho, na Santa Casa da Misericórdia de Galizes, onde tomou contacto com as valências de Lar Residencial, Centro de Actividades Ocupacionais, Creche e Centro de Medicina Física e de Reabilitação. No local onde aproveitou para deixar uma mensagem no espaço de que dispõe no Twitter, Vital Moreira referiu que pretende “dar visibilidade” durante a campanha a instituições que melhor traduzam a Europa social preconizada pela sua candidatura pelo PS.
“É notável que numa freguesia do interior encontremos serviços desta qualidade combinando o sector social com os apoios públicos e da União”, referiu o cabeça de lista do PS. “Apraz-me dar visibilidade a estas boas iniciativas que devem ser visitadas”, verificou.